25/04/2007

O pensamento de Galileu Galilei

Galileu Galilei nasceu em Pisa, 15 de Fevereiro de 1564 e morreu Florença, 8 de Janeiro de 1642 foi um notável físico, matemático e astrónomo italiano.
Galileu foi responsável por diversas descobertas tais como luneta astronómica, com a qual descobriu as montanhas da Lua, os satélites de Júpiter, as manchas solares e fases nos planetas Mercúrio e Vénus, a balança hidrostática, o compasso geométrico e militar, descobriu que a massa não influi na velocidade da queda de corpos, estudou as oscilações do pêndulo e criou o primeiro mecanismo pendular.
O Renascimento é o movimento cultural que teve início no século XV, marca o início da época moderna, constituindo uma ruptura com o pensamento medieval. De entre muitas inovações técnicas, a visão heliocêntrica começa a assumir cada vez mais relevo e o Homem assume um papel cada vez mais importante e valorizado.
Durante este período começa a produzir-se uma profunda transformação na sociedade europeia, assiste-se ao estabelecimento definitivo da ciência e ao início da filosofia moderna.
O projecto de uma nova ciência, com um novo método, surge associada a uma concepção utilitarista, ou seja, a ciência passa a ter uma dimensão essencialmente prática, tal como refere Francis Bacon " a Natureza domina-se, obedecendo-lhe".
É no século XVII que tem lugar a revolução cientifica no âmbito da astronomia, ao eliminar a teoria geocêntrica do Universo e substituindo-a pela heliocêntrica. Paralelamente esta nova ciência contesta os princípios básicos da concepção aristotélica, tais como a finitude do Universo, interpretação finalista do movimento, uniformidade e circularidade do movimento dos corpos celestes. O resultado foi a destruição definitiva da imagem aristotélica do Universo.
No ano de 1623 publicou a obra Saggiatore (Experimentador) para combater a física aristotélica e estabelecer a matemática como fundamento das ciências exactas. «A filosofia está escrita nesse grandioso livro que se mantém continuamente aberto perante os nossos olhos (quero dizer, o Universo), mas não se pode entendê-lo se primeiramente não se cuida de entender a língua e conhecer os caracteres em que está escrito. Está escrito em linguagem matemática, e os caracteres são triângulos, círculos e outras figuras geométricas, sem as quais é impossível entender humanamente alguma palavra; sem estes meios é dar volta em vão num obscuro labirinto». (O Ensaiador, IV)
Na obra Diálogo sobre os grandes sistemas do mundo publicado em 1632, na qual voltou a defender o sistema heliocêntrico. Neste diálogo Galileu discute os méritos do sistema geocêntrico de Ptolomeu e os do sistema heliocêntrico proposto por Nicolau Copérnico. Nele intervêm três personagens: Salviatti (amigo de Galileu e defensor da teoria de Copérnico), Simplício (personagem imaginário, aristotélico e defensor o geocentrismo); Sagredo (amigo de Galileu, tem a tarefa de destacar os pontos em que as teorias apresentam contradições). Devido ao cariz revolucionário da obra, ela foi condenada pela Inquisição.
Foi Galileu quem primeiro estudou, com rigor, os movimentos na Terra. As suas experiências permitiram chegar a algumas leis da Física que ainda hoje são aceites. Foi também ele que introduziu o método experimental: na base da Física, estão problemas acerca dos quais os físicos formulam hipóteses, as quais são sujeitas à experimentação, ou seja, provoca-se um dado fenómeno em laboratório de modo a ser possível observá-lo e analisá-lo cuidadosamente. Galileu procedeu a várias experiências, como deixar cair corpos de vários volumes e massas, estudando os respectivos movimentos. Tais experiências permitiram-lhe chegar a conclusões acerca do movimento em queda Livre. Também o estudo do movimento do pêndulo, segundo o qual concluiu que independentemente da distância percorrida pelo pêndulo, o tempo para completar o movimento é sempre o mesmo. Através desta conclusão construiu o relógio de pêndulo, o mais preciso da sua época.
Os autores medievais defendiam que a Terra era redonda, mas aceitavam erradamente o geocentrismo como foi apresentado por Aristóteles e Ptolomeu. Esse sistema cosmológico propunha que a Terra estava parada no centro do Universo e os outros corpos orbitavam em círculos concêntricos à sua volta. A Igreja Católica aceitava esse modelo. Essa visão geocêntrica tradicional foi abalada por Nicolau Copérnico, que em 1514 começou a divulgar um modelo matemático em que a Terra e os outros corpos celestes giravam ao redor do Sol, tese que ficou conhecida como heliocentrismo (já defendida por Aristarco de Samos cerca de mil anos antes).
Galileu no início da sua jornada terceira dos seus Diálogos refere: " Exponhamos agora uma ciência nova acerca de um tema mui antigo. Não há talvez na natureza nada mais antigo do que o movimento, e não faltam livros volumosos sobre tal assunto escritos pelos filósofos. Apesar de tudo isto, muitas das suas propriedades, mui dignas de conhecer-se, não foram observadas nem demonstradas até ao momento." A Galileu interessam as propriedades do movimento enquanto tal e não as causas de uma coisa estar em movimento, nem as razões para ele deixar de estar.
A primeira preocupação de Galileu consiste em dar uma definição para cada tipo de movimento. Por movimento uniforme entende aquele no qual as distâncias percorridas pela partícula em movimento durante quaisquer intervalos iguais de tempo são iguais entre si. a matematização deste movimento tão simples supõe um profundo esforço de abstracção matemática. O movimento em queda livre ou movimento uniformemente acelerado (queda dos graves) supõe que não há aumento ou adição mais simples do que aquele que vai aumentando sempre da mesma forma. Diz-se que um corpo está em movimento uniformemente acelerado quando partindo do repouso adquire, durante intervalos iguais de velocidade. O movimento dos projécteis, revelado na sua quarta jornada dos Diálogos, pode ser traduzido da seguinte forma: um projéctil projectado sobre um plano horizontal do qual se tirou qualquer atrito, assim o movimento desenvolver-se-á sobre tal plano com um movimento uniforme e perpétuo, na suposição de que este plano se prolongue até ao infinito.
Susana Lopes

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